FIGURAS MIPIBUENSES – Zé Bonitinho
José Gonçalo da Silva, mais conhecido como ‘Zé Bonitinho’, nasceu em São José de Mipibu.
José Gonçalo da Silva, mais conhecido como 'Zé Bonitinho', nasceu em São José de Mipibu. Foi criado na Fazenda Olho D'água, juntamente, com seus pais Gonçalo Faustino da Silva e Dosinda Ferreira da Silva. 'Seu' Gonçalo era o mecânico do Engenho Olho D'água, do ex-prefeito Arlindo Dantas. Sua mãe, era dona de e era quem tomava conta dos meninos.
Zé Bonitinho, logo que atingiu a maioridade foi ser Auxiliar de Mecânico, ajudando o pai nos serviços do Engenho Olho D'água. Estudou por três anos no antigo Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização), movimento de alfabetização que surgiu no Brasil em 1968, mas o MOBRAL só foi efetivamente implementado a partir de 1971, durante o governo do presidente militar, General Emílio Garrastazu Médici.
Zé Bonitinho fala de sua infância, "com muitas brincadeiras. Mas, desde cedo já demonstra-va gosto pelo Carnaval. Brincava em blocos da cidade, além de participar de quadrilhas juninas.
Sobre a ideia de formar a tribo de índios, diz: "surgiu quando alguns jovens e adultos que se sentiam discriminados por serem matriculados no Mobral, decidiram formar o mais antigo bloco em circulação, atualmente, do carnaval mipibuense, e que vem se apresentando desde 1968. A gente estudava na Escola Municipal Severino Bezerra de Melo e além de brincar o carnaval, tentamos manter viva a memória cultural do carnaval mipibuense".
Em relação ao nome da tribo de índios 'Mobralinos Mopabus', relembra que um professor do curso de História, do Mobral, onde foi alfabetizado,por ocasião de suas aulas, falou dos habitantes das terras onde atualmente está o município de São José de Mipibu. Encantado com a história, e incentivado a desenvolver um trabalho em sala de aula, se entusiasmou e iniciou os primeiros contatos para estruturar a tribo carnavalesca.
"Os ensaios aconteciam na sede do bloco (tribo), situada no Pau Brasil. Os cerca de 60 componentes, de ambos os sexos, são inscritos previamente e recebem seus adereços para participar das apresentações", explica Zé Bonitinho.
Sobre o apoio para que se apresentarem em São José de Mipibu, em Natal e outras cidades, fala que "recebe recursos da Prefeitura de São José de Mipibu, como também da Prefeitura do Natal". E adianta: Esse repasse só dar para a aquisição dos adereços e o pagamento do transporte que fazemos, quando convidado, para se apresentar nas cidades". E lista as cidades onde já se apresentou: "Natal, Parnamirim, Nísia Floresta, Arêz, Goianinha, Georgino Avelino, Brejinho, Vera Cruz, Monte Alegre, entre outras".
A Tribo de Índios Mobralinos Mapabus sagrou-se vice-campeã do Grupo B, no Carnaval Multicultural de Natal, no ano de 2016.
DIFICULDADES
Zé Bonitinho comenta que as dificuldades são muitas, para continuar com a tradição de colocar a Tribo de Índio nas ruas. "As ajudas financeiras são poucas e não dá para fazer uma apresentação mais bonita, mais aprimorada, como gostaríamos. Precisamos de um apoio dos empresario, comerciantes e responsáveis pelo carnaval mipibuense".
Esse guerreiro do carnaval mipibuense sente uma grande emoção, quando está representando o carnaval mipibuense em outras cidades. "Meu sonho é ter condições para que que a tribo de Índios 'Mobralinos Mopabus' possa crescer e adquirir melhores fantasias para se apresentar ao público", diz emocionado.
O carnaval de São José de Mipibu é marcado pela tradicional apresentação da Tribo de Índios 'Mobralinos Mopabus'. O centro da cidade fica lotado com crianças e seus pais, ansiosos para receber os índios que apresentam bonitas coreografias, com direito a oca de palha (casa dos índios), fogueira e a esperada morte do caçador. Geralmente, essa encenação ocorre no final da tarde, no último dia de carnaval, em São José de Mipibu.
BASTIDORES
Quem vê a Tribo de Índios 'Mobralinos Mapebus' desfilando pelas ruas de Mipibu nos dias de carnaval, não imagina o que se passa por trás, para que aqueles verdadeiros heróis do carnaval mipibuense se apresentem com tanta beleza e energia.
Com recursos parcos e praticamente sem ajuda alguma dos poderes públicos, esses homens e mulheres sustentam uma tradição secular do carnaval da cidade, confeccionando todas as indumentárias, caprichosamente a mão, uma por uma. Um trabalho difícil e meticuloso, cujo resultado é digno de ser comparado com o de qualquer artesão carnavalesco deste país.
Todo esse trabalho tem como principal responsável o incansável Zé Bonitinho - figura querida e admirada pelos que verdadeiramente gostam e entendem da arte e da cultura mipibuense.
Apesar dos pesares é visível o prazer e a alegria como ele mostra o resultado de meses de dedicação em seu minúsculo "ateliê", localizado na Rocinha, no bairro de Pau Brasil, uma comunidade periférica da cidade.
(Com a colaboração de textos e fotos de Amauri Freire e Daltro Emerenciano )
Uma história que nunca deve ser apagada!! E o idealizador Zé Bonitinho merece todo reconhecimento e apoio como também ajuda pra levar essa cultura admirável a todos os lugares.
Mesmo com dificuldades Ze Bonitinho continue com esse carinho e amor!
Bravo guerreiro do Pau Brasil