Era uma vez na América
Alex Medeiros – Jornalista e Escritor (@alexmedeiros1959) Texto publicado na Tribuna do Norte O ex-presidente dos EUA Donald Trump já é oficialmente candidato do partido republicano para voltar à Casa Branca.
Alex Medeiros - Jornalista e Escritor (@alexmedeiros1959) Texto publicado na Tribuna do Norte
O ex-presidente dos EUA Donald Trump já é oficialmente candidato do partido republicano para voltar à Casa Branca. Ele esteve na convenção para ser homologado, na primeira aparição pública após o atentado na Pensilvânia. Estava aparentemente disposto, sereno e exibindo um grande brinco de esparadrapo na orelha que rebateu a bala.
Andei pesquisando sobre atentados nos EUA e descobri que desde a fundação do país, quatro presidentes e um candidato foram assassinados, sem falar em outros que escaparam da mira e da ousadia dos criminosos.
O primeiro atentado foi em 1865, quando Abraham Lincoln foi morto num teatro por John Wilkes Booth. Lincoln era do partido União Nacional numa aliança com os republicanos e democratas do Norte.
Em 1881, o republicano James Garfield foi baleado enquanto caminhava numa estação de trem em Washington; tinha só 6 meses de mandato. Morreu 70 dias depois. O assassino, Charles Guiteau, foi executado em 1882.
No começo do século XX, em 1901, o também republicano William McKinley foi baleado à queima-roupa após discurso em Nova York. O ferimento gerou uma gangrena e ele morreu 8 dias depois. Leon Czolgosz, o autor do tiro, foi executado semanas depois.
Em 1912, Theodore Roosevelt, que se candidatava a reeleição pelo Partido Republicano foi baleado em Milwaukee. Ele sobreviveu ao tiroteio, mas carregou a bala no peito pelo resto da sua vida.
Em 1933, Franklin Delano Roosevelt foi alvo de uma tentativa de assassinato em Miami pelo imigrante italiano Giuseppe Zangara. Roosevelt escapou, mas Anton Cermak, o prefeito de Chicago, foi atingido mortalmente.
Em 1963, o assassinato mais famoso do século XX. O presidente democrata John Kennedy é morto durante carreata no centro de Dallas. O assassino Lee Harvey Oswald foi morto por Jack Ruby quando estava sendo levado à prisão.
Em 1968, Bobby Kennedy, irmão caçula de John e candidato a presidente foi assassinado num hotel de Los Angeles quando fazia campanha nas eleições primárias. O assassino foi Sirhan Sirhan que pegou prisão perpétua.
Em 1972, o candidato George Wallace que tentava a indicação democrata na eleição, foi baleado quatro vezes em Maryland e ficou paralítico pelo resto da sua vida. O atirador Arthur Bremer foi condenado e ficou preso até 2007.
Em 1975, Gerald Ford escapou de duas tentativas de assassinato em apenas 17 dias, a primeira vez em Sacramento e a segunda em São Francisco, ambas situadas na Califórnia e feitas por mulheres: as duas tiveram prisão perpétua.
Em 1981, o republicano e melhor presidente da história, Ronald Reagan, fez um discurso em Washington, e logo depois foi baleado por John Hinckley Jr. Ele sobreviveu e o atirador foi preso, mas considerado inocente por insanidade.
Em 1994, Bill Clinton foi alvo dentro da Casa Branca quando Francisco Martin Duran disparou contra ele de um prédio usando um rifle semiautomático. O marido de Hilary não foi atingido e o criminoso pegou 40 anos de prisão.
E por fim, em 2005, o presidente George W Bush estava em Tbilisi, capital da Geórgia, quando um cara chamado Vladimir Arutyunian jogou uma granada de mão que felizmente não explodiu. O maluco foi condenado à prisão perpétua.
A trágica tradição de ter um democrata ou um republicano na mira de uma arma, mostra que nos EUA preferência e rejeição se assemelham. Elon Musk disse que ambos “são como duas tigelas de ponche com bosta dentro”.
Fim.