Cometa Tsuchinshan-ATLAS
Por Suriel Cândido – Astrônomo amador (residente em São José de Mipibu) Em 9 de janeiro de 2023 foi descoberto um cometa proveniente da nuvem de Oort, o cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan–ATLAS), erroneamente chamado de “Cometa do século”.
Por Suriel Cândido - Astrônomo amador (residente em São José de Mipibu)
Em 9 de janeiro de 2023 foi descoberto um cometa proveniente da nuvem de Oort, o cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan–ATLAS), erroneamente chamado de "Cometa do século". A descoberta foi feita pelo Observatório da Montanha Púrpura e, posteriormente, em 22 de fevereiro de 2023, foi encontrado pelo sistema ATLAS, usando um telescópio do Observatório Sutherland, na África do Sul.
As imagens feitas pelo ATLAS capturaram um corpo celeste a aproximadamente 1,09 bilhão de quilômetros de distância do Sol, com a magnitude estimada de 18,1. Foi percebido que esse objeto se tratava do mesmo objeto que havia sido relatado pelo Observatório da Montanha Púrpura ao Centro de Planetas Menores e considerado perdido 21 dias depois da descoberta, em 30 de fevereiro de 2023.
O mesmo corpo celeste foi, posteriormente, identificado em imagens feitas no Observatório Palomar, pelo projeto ZTF, em 22 de dezembro de 2022. As imagens feitas pelo projeto ZTF revelavam a presença de uma nuvem de poeira e gás muito condensada circulando o núcleo do cometa e uma pequena cauda retilínea com 10" de comprimento, essas evidências indicaram que o objeto se tratava de um cometa.
No início ano seguinte, em 2024, o cometa já podia ser observado por telescópios de 380 milímetros, enquanto ele transitava pelas constelações de Libra e Virgo, já com a magnitude aparente em 13,6. No final de abril o cometa já podia ser observado por telescópios de pequeno porte, que estava com a magnitude aparente de 10,0. Em maio e junho o cometa teve uma redução na taxa de brilho, permanecendo entre 10 e 11 de magnitude com a cauda de poeira medindo de 5 a 15 minutos de arco de comprimento, o que provocou a suspeita de que o núcleo do cometa começaria a se fragmentar no final de março e previsto que ele se desintegraria antes do periélio.
As observações feitas pelo telescópio robótico TRAPPIST mostravam que em maio o cometa havia atingido um mínimo de produção de poeira, mas um mês depois começou a aumentar novamente, enquanto lentamente crescia a produção de gás.
Através de fotografias no início de junho foi observada a presença de uma fraca cauda iônica com cerca de 1,5 graus de comprimento. No final de julho o cometa foi ofuscado no brilho do Sol até setembro, mas foi novamente observado pelo orbitador STEREO em agosto, enquanto mantinha um brilho constante até a magnitude aparente de 7.
Em 11 de setembro de 2023, no crepúsculo da manhã, o cometa foi reencontrado com a magnitude aparente de 5,5 pelo astrônomo amador Terry Lovejoy. Alguns dias depois, em 23 de setembro, o cometa já estava com a magnitude aparente estimada de 3,3, o que já possibilitava visualização a olho nu. Durante o final de setembro o cometa atingiu o periélio e se moveu novamente em conjunção com o Sol, mas em outubro ele atingiu uma magnitude baixa suficiente para ser fotografado durante o dia e apareceu no céu vespertino, próximo ao anoitecer, por volta de 15 de outubro.