Júnior Rebouças - Editor do Canal RB Opinião

Conversando com um amigo, dia desses, ele me dizia, de uma maneira crítica e propositiva que eu era muito dado, que frequentava os mesmos lugares indefinidamente, com a mesma turma e que deveria deixar que as pessoas sentissem minha falta. Que as minhas rotinas me levavam aos mesmos lugares. Que eu facilmente, fidelizava ambientes e pessoas.

Concordei, parcialmente com ele. E com este sentido, não raras às vezes, é necessário, abandonar a peça, o show, deixar um pouco o palco. Sentar na última fileira da platéia, ver e simplesmente analisar o espetáculo. Talvez, o diretor sinta nossa falta. Se não, é entender que está na hora de procurar outro teatro...

E é com este propósito que, de vez em quando, dar uma guinada na vida é fundamental à nossa sobrevivência. Mas quando chega esse momento, isso fica muito mais difícil, principalmente quando diz respeito aos hábitos nossos. Esses, que são só nossos... e entender que com 60 anos, só é possível fazer raríssimas concessões.

Quem disse que quero acordar e ver uma pessoa, que conheci há um mês, vestindo aquela minha camiseta branca folgada? Que já, no segundo dia, mudou a posição da cama e trocou minha escova de estimação por duas de cores distintas?

Mas com essa idade, sessentão, mudar hábito ou rotina, torna-se praticamente impossível, tais como o barzinho preferido, a turma pra assistir e discutir o futebol. E mesmo tendo o modelo de carro preferido. Aquele que sempre sonhou e não querer mais dirigir...

Ter o dia a dia para novas possibilidades e uma vez ou outra mudar e ir comer um inigualável chambaril no Cobra Choca, é uma coisa, não fazer concessão de rotinas é outra bem diferente.

Por isso “nem tanto, nem tão pouco”.

Abraços e um bom fim de semana.