O primeiro “clássico” do futebol na capital potiguar (VI)
JOSÉ VANILSON JULIÃO – Jornalista e pesquisador Quando os dois irmãos estudantes Gomes Pedrosa chegaram da Inglaterra com a primeira bola (1903), organizaram informalmente o “Sport Club Natalense” (1904), o “Natal Futebol Clube” e o Potyguar” apareceram (1910), e o ABC e América foram fundados (1915), a praça “Pedro Velho já existia oficialmente no papel, […].
JOSÉ VANILSON JULIÃO - Jornalista e pesquisador
Quando os dois irmãos estudantes Gomes Pedrosa chegaram da Inglaterra com a primeira bola (1903), organizaram informalmente o “Sport Club Natalense” (1904), o "Natal Futebol Clube" e o Potyguar" apareceram (1910), e o ABC e América foram fundados (1915), a praça "Pedro Velho já existia oficialmente no papel, mas não é como equipamento formal construído, desde dezembro de 1901.
A constatação vem do artigo, "Praça Cívica Pedro Velho", do historiador Anderson Tavares de Lyra, no site "História e Genealogia", assim como do jornal "A República". Tudo baseado em documentos da Intendência Municipal natalense, cujo executor era o coronel Joaquim Manoel Teixeira de Moura. "A República" ( 04/01/1902 página 2), publica a "Resolução 55" (datada de 30 de dezembro) da Intendência Municipal.
O artigo segundo diz: - A Cidade Nova compreenderá desde já, de acordo com a respectiva planta arquivada na secretaria, quatro avenidas paralelas, com as denominações de Deodoro da Fonseca, Prudente de Morais, Campos Sales, cortadas por seis ruas com os nomes de Seridó, Potengi, Trairi, Mipibu, Mossoró e Assú e duas praças, denominadas Pedro Velho e Municipal. A avenida que partindo, se dirige, ao rumo do Norte, para as dunas, terá o nome de Alberto Maranhão.
Diz o escritor potiguar Luís da Câmara Cascudo, em uma das colunas “Actas Diurnas”, no “Diário de Natal” (1959), que a prática do futebol tinha como local “o tabuleiro de relva amplo entre a Vila Cincinato – residência oficial do governador (atual Escola Anísio Teixeira) – a Vila Pretória, casa do escritor, fotógrafo, jornalista e bacharel em Direito, o caicoense Manoel Dantas.
A praça como efetivo logradouro público somente surge na administração do prefeito e engenheiro civil Gentil Ferreira de Souza, pelo Ato 35 (5/5/1936), alterando o Plano de Sistematização do arquiteto italiano Giacomo Palumbo com divisão do terreno e loteamento de algumas áreas.
A inauguração ocorre com quatro lagos artificiais (24/10/1937), mas ainda sem o busto monumento do patrono Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, que fica no “square” (largo) do mesmo nome no final da subida da Avenida Junqueira Aires (Ribeira/Cidade Alta).
Somente em 1954, na gestão do governador Silvio Piza Pedrosa, da família Gomes Pedrosa e sobrinho-neto do homenageado, é que a estátua (cabeça) é instalada na pracinha no bairro de Petrópolis, vizinho do Tirol, na Zona Leste da capital norte-riograndense.
A descaracterização da praça – que tinha ainda quadras de basquete e parque infantil – começa com a inauguração do ginásio de esportes (27/12/1963) pelo prefeito Djalma Maranhão, como o sobrenome não deixa nenhuma margem de dúvida parente de Pedro Velho.