Café Mipibu
Maria Lúcia Amaral– Professora e pesquisadora da história de São José de Mipibu O Café Mipibu pertencia a senhora Cecília Ferreira da Silva que morava com o filho Irrailson Ferreira, em Natal.
Maria Lúcia Amaral- Professora e pesquisadora da história de São José de Mipibu
O Café Mipibu pertencia a senhora Cecília Ferreira da Silva que morava com o filho Irrailson Ferreira, em Natal. O Café Mipibu ficou conhecido em virtude de todos os veículos que vinham de Canguaretama, Goianinha, Espírito Santo, Arês, Várzea, Vila Flor, Georgino Avelino e outras cidades da região, fazerem a parada para "estirar as pernas" e tomar um cafezinho.
Os motoristas estacionavam no ponto comercial em que se transformou a residência de dona Cecília Ferreira, atraídos pelos famosos bolos de ovos, pé de moleque, batata, macaxeira e outros sabores, além dos gostosos sequilho, raivas e grudes, feitos da farinha de mandioca, produto abundante no município.
A procura por essas delícias era motivada pela propaganda feita “boca a boca” de tantos quantos viajavam para essas localidades e, obrigatoriamente, faziam uma paradinha em Mipibu, para tomarem o gostoso café da dona Cecília. Depois adotou o nome Café Mipibu.
No início, dona Cecília vendia seus produtos – feitos por ela - na sua própria casa e nas paradas dos ônibus e outros veículos que lá estacionassem ajudada por seu filho João Batista que ficou com ela até os 13 anos de idade, quando foi vítima de uma fatalidade, morrendo prematuramente. Em 1953, diante da grande procura e não contando mais com ajuda do filho, ela resolveu transformar a sua residência num ponto comercial.
O Café Mipibu era ponto obrigatório dos passageiros e condutores dos veículos que passavam pela BR-101 e se localizava as margens dessa rodovia federal, no final da rua João Tibúrcio, nº 222.
Na década de 1970, com os trabalhos de alargamento da rodovia, ela se viu obrigada a fechar o Café Mipibu. Nos anos 1972/1973, quando foi indenizada pelo DNER (atualmente Dnit), foi residir com os filhos, em Natal. Foi uma época onde as pessoas progrediam no seu ramo de negócios com muitas lutas e sacrifícios, mas seguramente “com o suor do próprio rosto”
Dona Cecília participou de um momento raro em que São José de Mipibu viveu, ou seja, quando as pessoas de outras cidades descobriram o Café Mipibu pelos sabores de sua culinária regionalista, mas, sobretudo pelo aconchego de pessoas amigas como ela e sua família.
Nessa pequena homenagem, nosso carinho à dona Cecília do Café Mipibu, que mesmo tendo passado pelos reveses da vida – como a perda do seu filho – soube educar sua família dentro dos princípios da honestidade e do respeito pelos semelhantes. Infelizmente não foi possível conseguir fotos da época áurea desse ponto comercial.
Texto publicado no Jornal O ALERTA Nº 445 - SETEMBRO DE 2014 POR Maria Lúcia Amaral – colaboração de Irrailson Ferreira)
Estudei no Colégio Agrícola de Ceará Mirim, com o filho do casal . Jazzo Ferreira. Em 1964
Ele nos contava muita história do Café Mipibu.
Café Mipibu e Café Teteu:
Referências da Cidade de São José de Mipibu, de quem viajava rumo ao sul e sudeste.
Caminhoneiro que seguiam na BR 101.
Parada de ônibus e carros de passeios. Senhor Severino Teteu e no Café Mipibu, Dona Cecília
Lindo texto e bela e justa homenagem ! Parabéns à querida amiga, historiadora e escritora, Lúcia Amaral, que nos leva à rememorar fatos e pessoas tão marcantes da história de São José de Mipibu.