Nadja Lira - Jornalista • Pedagoga • Filósofa

Não Faz muito tempo que boa parte da população brasileira, especialmente no Nordeste, foi às ruas fazer festa gritando que o amor venceu. A promessa, naquele momento, era a de que o povo voltaria a comer picanha com cerveja gelada nos fins de semana. Não passou muito tempo e a picanha, como num passe de mágica, foi transformada em abóbora e a cerveja passou a figurar na lista dos produtos que fazem parte da cobrança do imposto do pecado.

Produtos como refrigerantes, bebidas alcoólicas, cigarros e bebida açucaradas, entre outros, por serem considerados nocivos à saúde, pagarão impostos que poderão ser superiores a 20%, deixando o Brasil como o País mais caro do Mundo. A justificativa governamental para a cobrança de imposto tão elevado é a necessidade de cuidar bem da saúde da população.

Para mim, isto se constitui em uma desculpa fajuta, uma vez que os recursos destinados a este setor são cortados sem qualquer preocupação, enquanto as pessoas morrem feito moscas esperando por atendimento nos corredores dos hospitais.

O mais importante neste momento, porém, é saber que o amor venceu e o amor é quem ditas as leis no País na atualidade. Portanto, foi por um gesto de amor à população brasileira que a Rede X (antigo Twiter) foi censurado no Brasil. Curioso verificar que isto vem ocorrendo em países declaradamente comunistas, como Coreia do Norte, Irã e China, entre outros. O internauta desavisado que acessar o X, pagará como castigo, uma multa no valor de 50 mil reais.

Curioso também é verificar como é fácil tirar de cena uma Rede Social que beneficia mais de 200 milhões de pessoas, muitas das quais tiram dali o seu sustento e de suas famílias. Entretanto, ninguém consegue proibir ou mesmo bloquear o uso de celulares dentro dos presídios, de onde os bandidos aplicam os mais criativos golpes na população brasileira.

O importante é saber que o amor venceu e por isso tornou-se natural ver bandidos com mais direitos do que um cidadão pagador de impostos. E que ninguém se atreva a prender um marginal com 17 anos e 29 dias, que roubou um telefone celular comprado em 24 parcelas, apenas para tomar uma cervejinha.

Neste país onde o amor venceu, um homem de 17 anos e 29 dias pode votar, tirar habilitação, pode mudar de sexo, se assim o desejar, pode roubar e até matar. Só não pode trabalhar. Mas pode, enfim, praticar qualquer ato ilícito sem medo de sofrer punição de qualquer natureza. Isto porque, além de ser uma vítima da sociedade, ele é menor de idade, portanto, um ser intocável.

Viva o amor, que permite ao administrador deste meu Brasil Varonil dizer todas as barbaridades que quiser, porque como grande estadista que acreditar ser, tudo lhe é permitido dizer e fazer. É inegável que em tudo o que ele diz e faz tem muito amor envolvido. Segundo o próprio, o grosso ainda vai entrar, mas com muito amor. E viva o amor!