THALITA E RODRIGO: UMA CANÇÃO DE AMOR

maio 11, 2025

Nadja Lira – Jornalista • Pedagoga • Filósofa Na tarde do sábado 3 de maio, algo maior que o tempo, mais profundo que o mar se desenhou sob o céu da praia de Tabatinga.

Nadja Lira – Jornalista • Pedagoga • Filósofa

Na tarde do sábado 3 de maio, algo maior que o tempo, mais profundo que o mar se desenhou sob o céu da praia de Tabatinga. A enseada, com sua beleza mágica, assistiu em silêncio a um dos momentos mais belos que a vida pode ofertar: o casamento de Rodrigo e Thalita ( minha sobrinha querida), a menina dos meus olhos.

Não foi apenas uma cerimônia. Foi um encontro de gerações, de afetos antigos e sonhos novos. Thalita, que sempre foi envolta por música desde sua gestação, chegou ao altar conduzida pelos braços dos dois pilares de sua existência — o pai e a mãe. Quebrou o protocolo, como quem diz: “Não sigo normas, sigo amores”. E como se isso já não bastasse para fazer a emoção transbordar, ela foi embalada por uma melodia composta especialmente para ela, por seu avô, já falecido, mas tão presente naquele instante que quase podíamos vê-lo sorrindo entre os acordes.

Esse avô, artista compositor, deixou seu legado em notas musicais, algumas delas, criadas para Thalita. Era como se, desde sempre, sua vida fosse uma sinfonia, um projeto cuidadosamente composto por Deus para momentos como esse. E ali, naquela tarde encantada, a música ecoava não apenas no som, mas nos olhares, nos abraços, nas lágrimas... A avó, com seus 93 anos, era testemunha de tudo, como uma guardiã da memória afetiva da família, forte e serena, celebrando o amor que perpetua.

Fui uma das madrinhas. E o momento, para mim, foi mais que uma honra, foi uma travessia emocional. Durante os votos trocados pelos noivos, palavras se transformaram em poesia viva, palavras ditas com o coração, tocando cada convidado como se falassem a cada um de nós, sobre o que é amar com verdade e coragem. E como se o universo decidisse brindar os noivos, golfinhos surgiram na enseada, dançando como se entendessem o momento sagrado que ali se desenrolava. A natureza, cúmplice daquele enlace, emprestou sua beleza como cenário perfeito.

Rodrigo, com o olhar sereno e o sorriso de quem encontrou seu porto seguro, recebeu Thalita como se estivesse completando uma história escrita a muitas mãos. Os dois se olhavam com aquela quietude típica dos que sabem que o amor verdadeiro dispensa grandiosidades. Ele mora no gesto simples, no cuidado mútuo, no respeito que se vê nos pequenos silêncios. E ali, diante de todos, selaram uma união que não nasceu naquele dia, mas que se fortaleceu com cada escolha, cada entrega, cada sonho cultivado por eles.

Um momento especial e inusitado foi a entrada de Jorel, o cachorrinho da família, que vestido de fraque, levou as alianças para receberem as bênçãos do celebrante, selar a união dos noivos, através de um pacto feito, simbolizando o amor, comprometimento, fidelidade, cumplicidade e eternidade.

A festa foi o prolongamento do encanto. Os músicos deram ritmo à alegria e a pista de dança tornou-se uma celebração coletiva do afeto. Amigos e familiares se entrelaçaram em abraços, sorrisos e histórias, como se o casamento fosse, além de um ritual de amor, também um reencontro com o que temos de mais essencial: a capacidade de sentir, de compartilhar, de estar presente.

A música da banda Grafith embalou esse encontro com leveza e memória afetiva. Um toque local que deu ainda mais identidade à festa. Enquanto o sol se despedia ao fundo, tingindo o céu com tons dourados, tive a certeza de que aquele dia se tornaria inesquecível. Porque ali não se tratava apenas de celebrar um casamento, mas de testemunhar a beleza de duas almas que se escolheram, rodeadas de amor por todos os lados.

E, no compasso da vida, Thalita e Rodrigo iniciaram sua própria canção, uma canção que, como as que seu avô escreveu, a de atravessar o tempo com melodia, força e ternura.

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