Por Haroldo Varela
Imaginem acordar velho, seria um terror.
É a mesma coisa de reencontrar com um amigo de infância ou da adolescência, nos impressionamos. Como fulano tá envelhecido! Imagine que ele deve pensar a mesma coisa de nós. A diferença é que nos vemos todos os dias e não nos damos conta.
O processo é gradual, acho que é para nos acostumarmos com as mazelas do tempo, pois tudo vai acontecendo aos poucos, um cabelinho branco aqui outro ali, uma ruguinha a mais, uma dorzinha aqui outra ali, o barulho já incomoda, gente chata perturba e a comodidade também...
" -Só vou se tiver lugar para sentar".
E assim deixamos gradativamente de ir às festas, melhor ficar em casa no nosso conforto. E a paciência? Claro que vai diminuindo, vamos ficando mais seletivos com as pessoas, músicas, ambientes e conversas. Já não precisamos provar nada para ninguém.
E as perdas? Nem gostaria de falar nelas. Nossos convivas vão partindo, como os cabelos brancos chegam, aos poucos.
Vida que segue.
Vida que segue, um caminho sem fim, misto de dores, tristezas, alegrias, sorriso e lágrimas etc etc etc