Sonhos e saudades
Júnior Rebouças – Editor do RB Opinião Acredito estar me acostumando com a solidão, mas ainda, por vezes, algumas vezes acordo, na madrugada, de rompante e passo momentos pensando no meu pai, sem camisa, barriga saliente, atrás do balcão da mercearia.
Júnior Rebouças - Editor do RB Opinião
Acredito estar me acostumando com a solidão, mas ainda, por vezes, algumas vezes acordo, na madrugada, de rompante e passo momentos pensando no meu pai, sem camisa, barriga saliente, atrás do balcão da mercearia. Minha mãe, cuidando da casa, que eram juntas... e naturalmente retorno a dormir...
Depois, sonho com ele já doente... Mamãe, apesar de ter falecido, com 87 anos, aparece nos sonhos ainda jovem, muito ativa.
Só agora, percebo o motivo, de quando me recuperando da cirurgia de Parkinson, no sítio Pqt, gostar tanto de ouvir e sentir o trem passando às 5 horas da manhã. Me transportava, acredito, inconscientemente à infância, com meu pai, minha mãe e meus irmãos, que morávamos bem próximo a uma estação de trem.
Havia também um Jepp branco, ano 54, carro muito bonito. Aos sábados, ele fazia a feira, em Macaíba transportando pessoas, e não raras as vezes, me levava. Era uma aventura sem limites. Por isso, ainda agora, nesses tempos, eu continuo gostando tanto de ir às feiras.
E hoje, no silêncio da madrugada escura, escuto as pessoas subindo e descendo a rua Assis Brasil, conversando e se dirigindo ao trabalho.
Meu pai e minha mãe, dormem tranquilos e profundamente... e eu acordo para mais um dia de bons sonhos.
Beijos e uma boa semana pra todos!