RETRATO DO ARTISTA QUANDO JOVEM SÓ
Franklin Jorge – Jornalista e Escritor Desde menino fui acusado de ser seletivo e de não me tornar amigo de qualquer um, exceto Amauri Alves que não tinha vaidades intelectuais mas, habilidades para resolver questões mecânicas.
Franklin Jorge - Jornalista e Escritor
Desde menino fui acusado de ser seletivo e de não me tornar amigo de qualquer um, exceto Amauri Alves que não tinha vaidades intelectuais mas, habilidades para resolver questões mecânicas.
Escolhido entre os 40 alunos da Classe de Admissão ao Ginásio, administrada no Assu, por Dona Glorinha Pessoa (Maria da Glória Pessoa), com a minha avó e Dona Gena (a escritora Maria Eugênia Maceira Montenegro) as Mestras que contribuíram efetivamente para a minha formação intelectual.
Portanto, não tenho e não posso afirmar que a escola me deu amigos. Só conhecimentos superficiais que o tempo se encarregou de ir paulatinamente apagando de minha memória
Seja dito, aqui, que procedia assim não por esnobismo ou presunção, mas, sim, porque uma voz misteriosa me advertia a todo momento que só revirasse o tempo para instruir-me e adquirir uma espécie de conhecimento que, no futuro, me fosse de grande valia e me tornasse distinto dos demais, se o meu destino estivesse conectado com o ato de escrever e a Imortalidade pudesse ser conquistada através da criação de uma obra que me representasse no futuro.
De fato, era muito exigente e desde cedo aprendi a valorizar o tempo de que dispunha para pesquisar e aplicar-me aos estudos que em geral não eram contemplados ou o eram, assim por cima como uma casca que não me despertavam o interesse.