Polícia investiga cinzas que causaram queimaduras em fiéis no interior do RN
Um casal relatou que sofreu queimaduras na testa depois de participar da tradicional missa da quarta-feira de cinzas e receber a marca da cruz, durante a celebração realizada na Paróquia de São José, no município de Carnaúba dos Dantas, na região Seridó do Rio Grande do Norte.

Um casal relatou que sofreu queimaduras na testa depois de participar da tradicional missa da quarta-feira de cinzas e receber a marca da cruz, durante a celebração realizada na Paróquia de São José, no município de Carnaúba dos Dantas, na região Seridó do Rio Grande do Norte. A Polícia Civil recolheu, na tarde da quinta-feira (6), as cinzas que causaram os ferimentos nos fiéis para periciar o material e investigar o caso.
Luan Jackson e sua namorada Sara Heloísa descreveram que começaram a sentir a pele arder assim que receberam a marca da cruz na celebração.
“Quando a gente entrou na fila, a gente escutou algumas pessoas reclamando de uma queimação na testa, depois de passar essas cinzas. A gente não tinha sentido nada, até então. Só que começou a queimar, batia o vento e queimava muito”, contou Sara.
Sara disse, ainda, que outras pessoas, entre elas o próprio padre Ronney Galvão, que celebrou a missa, em tom de brincadeira, disseram que a dor seria “causada pelos pecados saindo do corpo”.
O padre Ronney Galvão, em vídeo, disse que não sabia o que causou as lesões na pele dos fiéis.

“É a primeira vez que ocorre aqui em nossa cidade a algo deste tipo. Nós nos solidarizamos com todos os fiéis que, de alguma maneira, foram lesionados na sua pele. Pedimos a Deus que abençoe a todos”, disse o sacerdote.
As cinzas usadas na celebração em Carnaúba dos Dantas, segundo o padre, é feita com os ramos que os fiéis levam à igreja no “Domingo de Ramos”, na abertura da Semana Santa.
O material, segundo explicou o sacerdote, é guardado e queimado nas fogueiras das festas juninas. As cinzas são recolhidas no dia seguinte para serem guardadas e utilizadas na quarta-feira de cinzas do ano seguinte.
Paróquia emite nota
A Paróquia de São José também emitiu uma nota informando que a preparação das cinzas “foi feita como de costume, absolutamente normal, como todos os anos”. O ritual de espalhar as cinzas na testa dos fiéis faz parte da tradição católica, que marca o início da quaresma, período de 40 dias de preparação para a Semana Santa.
“Não sabemos o que causou a alergia nas pessoas. Lamentamos o ocorrido e nos sensibilizamos com todos que tiveram a pele atingida“, diz trecho da nota da Paróquia.
A marca na testa de Luan Jackson ficou mais visível do que a de Sara. Ele contou que, em pouco tempo, começou a sentir a pele arder após receber as cinzas na testa.
“A gente foi à missa, tudo normal. Foi colocada a cinza sobre o nosso rosto, eu voltei para o lugar que eu estava e com pouco tempo começou a queimar. Queimava e não passava. Eu passei o dedo aqui para olhar e fui até
o cantinho que não queimou, aí acabou que estava queimando muito”, relatou.
Ele disse, ainda, que foi à casa de um vizinho da igreja, lavou a testa e percebeu que tinha queimado a pele. “Comecei a falar com o pessoal se estava queimando e eles responderam que estava também”, acrescentou.
De acordo com o padre, não foi possível contabilizar quantas pessoas foram queimadas pelas cinzas.
Fonte: G1 RN.