O SENTIDO DA VIDA

janeiro 19, 2025

Nadja Lira – Jornalista • Pedagoga • Filósofa A vida, com todos os seus altos e baixos, seus revezes e alegrias, é um mistério profundo, que vivemos tentando entender, muitas vezes sem sucesso.

Nadja Lira – Jornalista • Pedagoga • Filósofa

A vida, com todos os seus altos e baixos, seus revezes e alegrias, é um mistério profundo, que vivemos tentando entender, muitas vezes sem sucesso. Em meio às nossas inquietações, porém, há algo que permanece inabalável: a certeza de que somos um dom divino, uma criação de Deus, feita com o propósito sublime da imortalidade.

Desde o momento em que abrimos os olhos para o mundo, somos confrontados pela beleza que nos cerca. O céu, com suas cores imprevisíveis, as árvores que dançam ao sabor do vento, o sorriso de uma criança, o perfume das flores que nos trazem à mente a fragilidade da existência e, ao mesmo tempo, sua preciosidade.

A natureza, com toda a sua grandiosidade e simplicidade, nos lembra a cada instante que fomos feitos para algo muito maior do que imaginamos. A natureza é a obra de um Criador que não nos fez para desaparecer nas sombras do tempo, mas para viver além dele.

Somos imortais na essência. Embora nossos corpos sejam frágeis, nossa alma é eterna, e isso nos conecta à divindade, ao infinito. Essa imortalidade não é apenas uma promessa de vida após a morte, mas um chamado para viver intensamente, para aproveitar cada segundo, cada olhar, cada gesto de afeto.

E é por isso que a vida ganha um sentido tão profundo quando somos capazes de vivê-la em comunhão com o que nos é mais precioso: a família, os amigos e o nosso trabalho. São os vínculos que construímos aqui, no plano terreno, que nos permitem vislumbrar um pouco do divino que existe em nós.

O abraço sincero de um amigo, a presença acolhedora de um ente querido, o esforço diário para conquistar nossos sonhos e, ao mesmo tempo, contribuir para o bem-estar de outros, tudo isso nos eleva e nos faz sentir parte de algo maior. Nosso trabalho, por mais simples ou complexo que seja, também é uma extensão de nossa missão de amor e de construção para um mundo melhor.

Muitas vezes, corremos atrás de respostas, perguntando-nos qual é o verdadeiro sentido de tudo isso. Mas, talvez, a resposta já esteja diante de nossos olhos, nos gestos mais simples, nas coisas que, por vezes, deixamos passar despercebidas. O sentido da vida não está em algo distante, inatingível. Está aqui, em nossa capacidade de amar, de perceber a beleza da criação ao nosso redor, de nos conectar com os outros e de servir ao bem maior.

Deus nos fez para a imortalidade. Mas essa imortalidade não se resume à eternidade do corpo, mas à eternidade do amor, da bondade, da caridade e da luz que podemos irradiar em cada passo que damos neste mundo. Cada ato de generosidade, cada palavra de consolo, cada momento de reflexão sobre nossa missão neste mundo são sinais de que o sentido da vida não está apenas no que buscamos, mas no que conseguimos oferecer aos outros.

Assim, a vida não é um destino a ser alcançado, mas uma jornada a ser vivida com gratidão e reverência. A imortalidade que Deus nos concedeu se revela a cada momento que damos valor àquilo que é eterno: a beleza da natureza, o calor dos nossos afetos, o propósito de nosso trabalho. Essas coisas não desaparecem com o tempo; elas são a expressão de algo maior, de uma vida que transcende a efemeridade do presente e se faz, na eternidade, um testemunho do amor divino. Este, para mim, é o verdadeiro sentido da vida.

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