NOSSA RAVE DOS ANOS 60

outubro 22, 2023

Chagas Lopes – Editor do jornal Onda Alternativa O ano era 1967 quando nós nos reuníamos na casa de alguém para fazer um ‘assustado’ (Rave um termo em inglês, utilizado no Brasil para caracterizar uma festa de música eletrônica que costuma ter longa duração) de certa forma, parecida com as atuais: um lugar para curtir, […].

Chagas Lopes - Editor do jornal Onda Alternativa

O ano era 1967 quando nós nos reuníamos na casa de alguém para fazer um 'assustado' (Rave um termo em inglês, utilizado no Brasil para caracterizar uma festa de música eletrônica que costuma ter longa duração) de certa forma, parecida com as atuais: um lugar para curtir, conhecer gente e ouvir música.

Mas o ambiente era bem diferente, os convidados eram a molecada do bairro, na faixa etária dos 13 aos 18 anos, uma reunião para ouvir e dançar ao som de Pedrito, Paulo Sergio, Altemar Dutra, Wilson Simonal, Aguinaldo Timóteo, e Roberto Carlos, além de Elvis Presley e os Beatles...

A vitrola tocando, os casais dançando e comemorando a noite com os drinques da época, cuba libre (rum com Coca-Cola) e o hi-fi (vodca com refrigerante de laranja). Tinham tudo a ver com a transição do público: misturavam algo adulto (a bebida alcoólica, geralmente duas doses), e algo infantil (o refrigerantes servido até completar o copo) e tinha também o 'leite de onça' (Para preparar bate em um liquidificador 1/2 copo de pinga ou a gosto - 6 cubos de gelo - 1 lata de leite condensado - 1 vidro de leite de coco pequeno).

Nada da pegação fácil de hoje em dia! Os casais, geralmente apresentados por amigos em comum, passavam semanas apenas conversando. Só depois rolavam mãos dadas e, talvez, um beijinho. Nesses bailes, o que mais ouvia eram as lamentações dos marmanjos relatando que a fulana não quer nada com ele, apenas dançar. Nesta época, a juventude descobriu a moda e, pela primeira vez na história, surge o conceito de moda jovem, ampliando a massa consumidora.

A inglesa Mary Quant divide com o francês André Courrèges a criação da grande vedete dos anos 60, a minissaia. Nesse contexto jovem, a modelo Jean Shrimpton era a personificação das chamadas “chelsea girls”. Sua aparência era de adolescente, sempre de minissaia, com seus cabelos longos com franja e olhos maquiados.

Para os homens, a moda jovem chega ao guarda roupa com calças ajustadas, cintura baixa, tecidos preciosos e cores como o vermelho e o rosa nas camisas, calça de cintura baixa, boca de sino e cores vivas, estampadas florais e pop-art.

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