Natal nas décadas de 1950 e 1960
Do blog do Cobra Às vezes, eu paro para pensar em como Natal mudou nos últimos 50 anos.

Do blog do Cobra
Às vezes, eu paro para pensar em como Natal mudou nos últimos 50 anos. Fatos que eram comuns às gerações da época passada, são totalmente ignorados pelas atuais. Trazê-los de novo à tona é o objetivo de nossas crônicas.
Lembro-me de algumas senhoras, mocinhas nas décadas de 50 ou 60, que não envelheceram, nem perderam a sua beleza. Algumas atribuem isso ao Creme Rugol que, durante décadas, prometeu o viço e o encanto da juventude, quando aplicado no rosto e no colo, em suaves massagens.
Os rapazes da época não dispensavam a Brilhantina, que os deixavam penteados, sem empastar, nem engordurar. Eram várias as marcas: Glostora, Gumex, Stallax, etc.
Na Praça Augusto Severo, Ribeira, a Importadora Omar Medeiros S/A vendia os automóveis Dodge, e mantinha uma outra loja, na Cidade Alta, que comercializava discos e eletrodomésticos. Alguns preferiam o automóvel Studebaker, outros o Mercury, um automóvel de grande estilo que era exportado para o Brasil pela Ford Motor Company (USA). A Lambretta, verdadeira coqueluche entre os rapazes, era vendida em Natal por Cyro Cavalcanti, em suaves prestações de Cr$ 4.350 mensais, e tinha uma promoção inusitada: “Pintura grátis no término dos pagamentos”.
Ali pertinho, também na Ribeira, Miguel Carrilho & Cia vendia farinha de trigo em grosso; Luiz de Barros vendia, com exclusividade, as Tintas Coral; e funcionava o “Bancaldo”, o estabelecimento de crédito do Dr. Aldo Fernandes.
Os senhores que, diariamente, por ali circulavam usavam terno, gravata, chapéu Ramenzoni e não dispensavam o Fosfosol, que os deixavam fortes e bem-dispostos.
Nessa época, a Ribeira era o local mais movimentado do comércio natalense, fruto ainda da grande movimentação ocorrida na Cidade, por ocasião da Segunda Guerra Mundial.
Na Avenida Duque de Caxias, a Jocil vendia móveis de aço e produtos para avicultura, atividade que começava a surgir em Natal e Parnamirim. Lembram do Galo Vermelho, na Rua Ulisses Caldas?
Nessa época, a goiabada “Ceci” era distribuída por Orlando Gadelha Simas e Irmãos, que também fabricavam as balas São João. Na época, mais de meio século atrás, eram os aviões turbo-hélices da Vasp, Panair, Cruzeiro do Sul, que movimentavam nosso aeroporto, conhecido em todo o mundo.
Como não existiam supermercados em Natal, faziam-se compras na Subsistência do Exército, na Ribeira, e também na Cantina Letière, no Armazém Natal e no Armazém Chaves, localizados na Cidade Alta, que dispunham de grande sortimento de estivas, cereais e bebidas.
Na Avenida Rio Branco, artéria central de Natal, além do Mercado Central, tínhamos a Livraria Universitária, o Moulin Rouge, a Casa Rubi, o Tic-Tac, a Formosa Syria, a Casa Rio, a Nova Paris, as Duas Américas e a 4$400 (a primeira 4$400 se estabeleceu na Ribeira e foi destruída por um incêndio, na década de 50).
A arborização da Avenida Rio Branco já era feita com ficus, que substituíram as tradicionais mungubeiras e nos davam de presente os “lacerdinhas”.
Na mesma avenida, mais embaixo, Gumercindo Saraiva vendia rádios, radiolas, toca-discos e instrumentos musicais, bem pertinho da loja de móveis de Leonel Monteiro.
Os rapazes da época usavam canetas Parker ou Eversharp; isqueiros Ronson ou Zenith, vendidos no Zepelin, a primeira cigarreira de Natal, pertinho do Cinema Rex. Ainda se conseguia nas cigarreiras centrais cigarros americanos L&M, Marlboro, Chesterfield, Lucky Strike), que eram vendidos sem muita restrição.
Os sabonetes Lifebuoy, Vale-Quanto-Pesa e Eucalol, ao lado do desodorante Odo-ro-no, eram os líderes na preferência dos consumidores.
Ainda existia na Ribeira, na Praça José da Penha, ao lado do Grande Hotel, uma bomba de gasolina, certamente uma das primeiras de Natal.
Com informações livro: Antiqualha – Elísio Augusto de Medeiros e Silva. Aladim Potiguar, colaborador do Blog do Cobra.
