Lembranças de minha infância (I) O RÁDIO EM MINHA VIDA

agosto 4, 2024

José Alves – Jornalista e historiador – Editor do jornal e blog O Alerta Falar em rádio é como  é como lembrar um pouco de  minha vida.

José Alves - Jornalista e historiador - Editor do jornal e blog O Alerta

Falar em rádio é como  é como lembrar um pouco de  minha vida.  Por isso, contarei algumas passagens desse importante meio de comunicação de massa.

Quando criança, residia na cidade do Assu, onde vivi minha infância, até os 12 anos. Lembro-me da Copa do Mundo, no Chile, quando o Brasil sagrou-se campeão ao vencer a Tchecoslováquia pelo placar de 3 x 1. Não havia TV naquela época, na cidade, por isso o rádio era o meio de comunicação mais importante. Os jogos eram retransmitidos pelas emissoras da cidade de Mossoró.

  “Víamos” por meio das transmissões do rádio as jogadas dos nossos heróis Nilton Santos, Didi, Vavá e... Garrincha.  Os gols, narrados pelos locutores, eram intermináveis, apesar das ondas sonoras ficarem fugindo e perdermos os principais lances...

            Puxando um pouco pela lembrança, ainda em 1962, minha família comemorava o aniversário de meu avô Manoel Izaías, em Jardim do Seridó. Por ocasião do almoço, quando ouvimos num programa de notícias, transmitido diariamente pela Rádio Brejui, de Currais Novos, o “locutor do Seridó”, Eliel Bezerra informar de um acidente, onde citava o nome de meu pai, entre os feridos. Desnecessário relatar a aflição que se abateu sobre todos nós naquele momento.

            Meu pai era um apaixonado por rádio. Ele sempre trocava de rádio. Era da marca ABC, Brasília, Philips, Philco, cujo tamanho chegava a uma Tv de  21”. Ele ficava em local de destaque na sala de visita. Era lá, onde a família ouvia a Telenovela (geralmente as mulheres, ouvia a rádio novela, que não era programa para homem). Lembro-me da radionovela “O Direito de Nascer”. Ao encerrar os capítulos, observávamos os olhos vermelho de quem estava visivelmente emocionada  pela transmissão de mais “um capitulo emocionante, que continuaria no dia seguinte”.

            Minhas irmãs ampliavam o volume do som ao ouvir as músicas dos artistas da época: Altemar Dutra, Miltinho, Nelson Gonçalves, Núbia Lafaiete, Moacir Franco, Orlando Silva, Vicente Celestino e depois as novas gerações da Jovem Guarda. Havia a Voz do Brasil, programa imperdível para meus pais, que só saiam para a calçada, após às 20h quando encerrava o programa, para discutir com os vizinhos as notícias do Brasil.

Meu pai sintonizava no rádio, um programa de terror que era transmitido a meia noite.

            Mas, o rádio marcou muito durante as memoráveis campanhas políticas, na década de 60. O governador Aluízio Alves ('Cigano Feiticeiro') durante a campanha para governador do estado, em 1965, tendo o Monsenhor Walfredo Gurgel, como seu candidato. Os comícios e as vigílias de 72 horas ininterruptas, ouvindo os discursos dos líderes políticos que se revezavam nos palanques. Tudo transmitido pelo rádio, (naquela época não havia a “censura” do Tribunal Regional Eleitoral) e nem o famigerado horário gratuito. Era o tudo transmitido diretamente pelo rádio.

3 respostas para “Lembranças de minha infância (I) O RÁDIO EM MINHA VIDA”

  1. orlando soares disse:

    Me faz tambem voltar o passando, o primeiro radio que vi, era igualzinho.

  2. Elza Maria Freire disse:

    Excelente crônica, José Alves! Papai tinha um rádio enorme, que até hoje conservamos conosco , sob a guarda de Amauri. Faço minhas a maioria das suas lembranças e acrescento que ele conseguia sintonizar- depois de quase uma meia hora de tentativa – no horário da noite, um excepcional programa da BBC de Londres que reproduzia músicas clássicas. Foi assim que eu aprendi a gostar também da ” boa música” , enquanto estudava após chegar do Ginásio Barão de Mipibu. 1965 a 1968. Lembranças INDELÉVEIS.

  3. O rádi veículo, que a internet, a modernidade não extinguiu. O rádio veículo imortal. Ainda escuto através das ondas do rádio, o locutor esportivo narrar uma partida de futebol do meu querido Selefogo, que torço desde 1954, era de ouro do futebol. Vejo pela televisão, muito bom, mais quando estou dirigindo ligo o rádio em AM, escuto como se estivesse vendo na TV. O rádio, não morreu e nem morrerá, deixa a malvada da língua do povo sossaite falar. Sou Botafoguense seleção do Rio de Janeiro e o Santos Seleção Paulista, unindo os dois super craques Mané Garrincha do Botafogo e Pelé do Santos Futebol Club, formaram a seleção melhor e maior do mundo de todos os tempos. Nunca perdeu pra ninguém no planeta da bola. Viva as ondas sonoras do Rádio, não está latente, vivo e atuante, levando tudo de bom pra os mais longicuos cantos do Brasil e do mundo.