Jovens ‘aventureiros’ anos 70 em São José de Mipibu
Alguns amigos do nosso grupo, infelizmente, já faleceram: o professor Tamires Peixoto, Geraldo Urbano, Zé Amâncio, Marciano Dias Freire, Souza (de seu Roque) e Véio (um garoto residente em Cururú, que nos guiava nas pescarias, facheando (pescar à noite, com fachos acesos para atrair o peixe) aratus e lagostinhas, nas pedras nas praias de Barreta e […].
Alguns amigos do nosso grupo, infelizmente, já faleceram: o professor Tamires Peixoto, Geraldo Urbano, Zé Amâncio, Marciano Dias Freire, Souza (de seu Roque) e Véio (um garoto residente em Cururú, que nos guiava nas pescarias, facheando (pescar à noite, com fachos acesos para atrair o peixe) aratus e lagostinhas, nas pedras nas praias de Barreta e Camurupim.
Outros amigos desse grupo ainda estão aí, para relembrar essas histórias, entre eles: Lourival Bezerra Cavalcanti, Afrânio Isaías, Cacau (de seu Roque), Toinho Fagundes, Marquinho (Galego de Zé das bicicletas).
Nos finais de semana, íamos no Toyota Bandeirante, de seu Roque, guiado por Cacau até, Cururú, de lá, prosseguíamos a pé, até a praia deserta de Barreta.
Cacau e Afrânio eram os mais experientes, porque veraneavam e conhecia bem os arrecifes um tanto perigoso. Na praia de Barreta, só existiam duas casas: uma pertencente a família de seu Roque e a de Zé de Tátá, um velho pescador, que ficava sentado na calçada e nos orientava se o mar estava propício para pescaria. O pescador conhecia se o tempo ia virar. Se ele falasse que não dava para fachear, melhor era desistir da pescaria.
Durante a pescaria, em cima dos arrecifes, quando vinha uma onda forte, todos se agarravam, para não ser jogado das pedras. Era um perigo, que só agora percebo a loucura que fazíamos.
Certa noite fomos pescar com dinamite. Jogava o explosivo na água e matava bastante peixe, Durante uma pescaria, inesperadamente aparece um enorme peixe (seria tubarão?) atraído pelo sangue dos peixes menores. Naquele momento a coisa ficou feia e ficamos com medo.
Vivenciamos uma época, realmente feliz e emocionante.
Outro divertimento, era acampar na margem da Lagoa do Bonfim, que ainda tinha mata Atlântica. Do grupo desses amigos, Lourival Bezerra Cavalcanti, era considerado o mais inteligente. Era habilidoso, além de intelectual, entre todos nós. Num bate papo, juntamente com Zé Antonio ('Garrincha' - filho do soldado Paulo Coelho), Lourival falou, com ar solene:
- "Vou construir um avião, para nós três sobrevoar Mipibu, as lagoas e as praias de Nísia Floresta". Eu, ouvia, silencioso, achando um tanto fantasioso.
O tempo passou. Zé Antônio ('Garrincha') faleceu num acidente automobilístico e não chegou a ver concretizado a profecia de nossos sonhos juvenis. Lourival passou a construir Ultraleves (Aeronave leve tripulada por dois ocupantes de uso diurno), além de prestar assistência técnica aos proprietários dessas aeronaves, que faziam voos panorâmicos, com turistas na praia de Genipabu, no litoral Norte, de Natal.
Já residindo no Rio de Janeiro/RJ, no ano 2000, recebi a visita de Lourival, na minha residência. Tinha vindo comprar peças para um Ultraleve que ele estava construindo. Na ocasião, me fez um convite para passar vir passar uns dias em sua granja, na Lagoa do Bonfim. Meus olhos brilharam de alegria. Senti uma grande emoção, saber que retornaria a São José de Mipibu, minha terra natal.
Após a revisão no carro, metemos o pé na estrada, rumo a Mipibu. Foram 35 horas de viagem. Na "oficina", na própria granja, Lourival estava trabalho, em um ultraleve que havia feito um pouso forçado, na Lagoa Ferreira.
Concluído os trabalhos no ultraleve, fui de carona com o piloto fazer o teste panorâmico. Sempre gostei de emoções fortes. Nas alturas, me lembrei das palavras, de Lourival. O sonho de construir um avião, havia se concretizado.
Beleza ficou muito bom.
Grato.
Meu querido amigo Cristovão… como fico feliz em saber que muitos dos nossos amigos… atingiram seus objetivos…Isso alegra meu coração…me enche de orgulho…A vida separou nossos corpos… mais as nossas recordações nos une espiritualmente…Pena que muitos se foram… mais mesmo assim…continuam nas nossas mentes e corações ❤️❤️❤️ Beijos 😘😘😘 no teu coração ❤️ meu querido amigo 🙏🙏🙏
Cheguei a participar dessa equipe, em 67, depois vim morar em natal e nunca mais voltei. Só alguns anos depois encontrei Lourival, Cristóvão e Luis de França. Cacau, encontrava sempre em Barreta. Onde eu tinha casa. Bons tempos aqueles.