Por Haroldo Varela

Claro que existiam os grupinhos, as panelinhas: as virtuosas, os tímidos, as faladas, os santinhos, os brigões, os que batiam, os que apanhavam, sem falar nos cdfs...

Balofo, caolho, bucho de lama, quatro-olhos, enferrujado (para os ruivos), cabelo de arame... Eram apelidos espirituosos, e sobrevivemos a tudo isso. Não tinha essa frescura de hoje.

Professor tinha autoridade e, o mais importante, contavam com o apoio incondicional dos pais dos alunos. Eram respeitados.

E as paqueras? tinha paquera sim, morria de ciúmes e sonhava com a mais bonita da classe, só que ela fazia par com o menino que também era o mais bonito, coitado de mim, não tinha a menor chance, nem arriscava me declarar, ela nem desconfiava, sofria, era platônico e para completar, havíamos nascido no mesmo dia e hora, viajava.

Cansei do colégio, queria conhecer outros, e então comecei com as minhas desculpas: estão implicando comigo, só pode ser marcação, consegui mudar de colégio, aterrissei no Neves e mudei de grupo, de santinho e tímido no Marista, para danado no colégio de freira . Gazear aulas, fumar escondido , namorar (ficar de mãos dadas no recreio), ir de castigo e ser chamado para falar com a diretora, fazia parte da rotina. Eita, saudade! Os delitos não eram nada comparados aos de hoje.

Magrelo e alto, sobressaía, não era fácil me esconder, muito menos em um desfile de 7 de setembro, quando fui obrigado a desfilar com uma cacharrel cor de rosa, a platéia era grande, chamavam Pantera Cor de Rosa.. “bullying”, mas tirei de letra, já era acanalhado e levei na esportiva. Hoje, seriam pelo menos dois anos de terapia....rsrs

Agora a coisa é séria, já estamos chegando na praça Cívica...