Carlos Alberto - Coordenador Pedagógico

Falar de inclusão na escola significa trazer uma questão social importante para o debate. E aqui a palavra inclusão está no sentido bem amplo. É garantir o conhecimento, ter ensino de verdade, formar cidadãos. Significa eliminar a reprovação. Sendo assim, o professor é aquele que inicia o estudante no caminho da cidadania. Seu papel não é domesticar o estudante. Mas, oferecer algo que contribua para realização do ser.

No sistema escolar tradicional o único reprovado é o estudante. E na maioria das vezes culpado pela sua própria reprovação. É como se ele, estudante, não quisesse nada. Seria uma autoexclusão. É nesse contexto que o professor do século XXI deve lutar para mudar a fisionomia da escola. Uma escola inclusiva não fica indiferente diante dos resultados alarmantes de avaliações externas.

Quando se leva a sério a educação, todo esforço é necessário para melhorar o nível da escola e a qualidade do ensino. Não adianta sonhar com escola homogênea porque não existe. As práticas são diferentes, os corpos são diversos. É necessário adotar uma teoria pedagógica libertadora que ilumine a prática da escola.

A escola interage com as realidades sociais porque ela não é uma ilha isolada do mundo. Então, as grandes questões sociais entram na escola. Qual é o problema? A escola está sabendo como educar estudantes afetados pelas periferias existenciais?

Para cuidar dessa realidade tudo indica que necessitamos de uma nova pedagogia. Podemos chamar de pedagogia da ternura. Só assim podemos nos sensibilizar com a realidade de quem vive nas periferias existenciais sufocados pelo elitismo e por uma cultura do descarte. A escola não existe meramente para transmitir conhecimento científico.

Também, é uma de suas tarefas fundamental promover a consciência crítica do seu estudante. Essa tarefa não será realizada com professores copistas e que apenas dão aulas. O professor que realizará tal missão é aquele que educa pela pesquisa. A escola tem uma dimensão social e política que dá à instituição o caráter de pesquisadora. Ao procurar uma escola competente, será encontrada quando se educa pela pesquisa.