Hacker Walter Delgatti que foi recebido por Bolsonaro é condenado a 20 anos de prisão
A Justiça Federal do Distrito Federal condenou, nesta segunda-feira (21), o hacker Walter Delgatti Neto a 20 anos e um mês de prisão pelo episódio conhecido como “Vaza Jato”.

A Justiça Federal do Distrito Federal condenou, nesta segunda-feira (21), o hacker Walter Delgatti Neto a 20 anos e um mês de prisão pelo episódio conhecido como “Vaza Jato”.
Delgatti foi um dos responsáveis pela invasão de dispositivos de autoridades da operação Lava Jato. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) pelo caso na Operação Spoofing.
A decisão é do juiz Ricardo Augusto Soares Leita, substituto da 10ª Vara Criminal da Justiça Federal do DF. “Culpabilidade em grau exasperado, já que seus ataques cibernéticos foram direcionados a diversas autoridades públicas, em especial agentes responsáveis pela persecução penal, além de diversos outros indivíduos que possuem destaque social, bastando verificar as contas que tiveram conteúdo exportado”, disse o magistrado, na sentença.
No momento, Delgatti está preso preventivamente pela suspeita de invasão dos sistemas do Poder Judiciário, em apuração que envolve suposta participação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
PEDIDO DE BOLSONARO
O depoimento do hacker Walter Delgatti Neto complica demais a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele disse, por exemplo, que teve reunião com o ex-presidente no Palácio da Alvorada, levado pela deputada Carla Zambelli, em que foi pedido diretamente pelo presidente para fraudar as urnas eletrônicas com a promessa de receber um "indulto" direto dele caso fosse preso pelo ação. Ao final da reunião, Bolsonaro deu a ordem para que fosse encaminhado ao Ministério da Defesa, lá sendo recebido pelo ministro da pasta. Depois participou de mais quatro reuniões com técnicos do ministério, sendo o autor intelectual do relatório apresentado pela pasta que questionava a integridade das urnas.
Em depoimento à CPMI do 8 de Janeiro, o hacker Walter Delgatti Neto revelou que o ex-presidente Bolsonaro pediu que ele violasse as urnas eletrônicas e lhe garantiu indulto caso fosse preso por assumir um grampo telefônico do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes. Ao declarar que está disposto a uma acareação, revelou ter elaborado o relatório do Ministério da Defesa com fragilidades nas urnas.
Fonte: CNN
Fonte: Portal Grande Ponto