Nadja Lira – Jornalista • Pedagoga • Filósofa

Tomei conhecimento da existência do Fantasma, através de uma revistinha que me foi presenteada por um menino, que mais tarde veio a se tornar o meu primeiro namorado. Ele falava bastante entusiasmado sobre o personagem, discurso que acabou despertando minha curiosidade e também me tornei ardorosa fã daquele super-herói.

O que mais me impressionou na leitura, foi o fato de O Fantasma não possuir superpoderes. Ele apenas é dotado de inteligência privilegiada e habilidades acima do normal, o que acaba por torná-lo um admirável combatente na luta contra o crime. Também é admirável a lenda que se cria em torno do personagem, fazendo com que todos acreditem que ele é imortal e que conta com 400 anos.

O Fantasma foi criado pelo americano Lee Falk e fez sucesso graças a seguinte fórmula: Um homem comum decide lutar contra a criminalidade depois que seu pai, o marinheiro britânico Christopher Walker, foi assassinado por um pirata. Sobre a caveira do assassino do seu pai ele faz o “Juramento da Caveira” - "Juro dedicar minha vida à tarefa de destruir a pirataria, a ganância, a crueldade e a injustiça. E meus filhos e os filhos de meus filhos me perpetuarão". É a partir da sucessão da dinastia do Fantasma, que se cria a impressão de ele é imortal.

O campo de atuação do personagem é a Costa de Bangalla – país fictício da África, onde seu nome se transforma em lenda e onde se torna o terror dos bandidos. Por sua suposta imortalidade, o Fantasma se torna uma figura misteriosa e basta que seu nome seja mencionado, para fazer os bandidos tremerem na base. Assim, o super-herói também é conhecido como o “Espírito que anda”, “Homem que não pode morrer” e “Guardião das noites escuras”.

Para combater o crime conforme seu juramento, O Fantasma vale-se de dois revolveres e de suas inúmeras habilidades. Ele é um exímio atirador, nadador, “é veloz como o vento”, sabe dirigir com destreza, assim como é capaz de pilotar motocicleta, avião, enfim, O Fantasma dirige qualquer que seja o meio de transporte que a ação requeira. Ele ainda é treinado para o uso de qualquer arma de fogo e para qualquer estilo de luta.

O personagem que conheci foi o de número 21 na dinastia da família. Ele usa um anel em cada mão. O da mão direita tem o símbolo do Fantasma – uma caveira – marca que amedronta a qualquer bandido que tenha o desprazer de levar o poderoso soco do Fantasma. Afinal, “o soco do Fantasma tem a força de 10 tigres”, conforme o ditado da selva. Na mão esquerda, o anel leva o símbolo de quatro sabres sobrepostos em forma de cruz – representando “A marca do bem”. Significa que todo aquele que o carrega, recebe a proteção e os cuidados do Espírito que anda.

Ele é o Comandante da Patrulha da Selva e as mensagens enviadas para o chefe da unidade são enviadas através de um compartimento secreto localizado dentro de um túnel ao qual somente O Fantasma tem acesso. Para o Coronel chefe da Patrulha da Selva e seus comandados, o Comandante é um sujeito misterioso.

Na sua luta contra o crime, O Fantasma conta com o auxílio do seu cavalo Herói, seu lobo, Capeto e os pigmeus da Tribo Bandar, bastante temidos por suas flechas envenenadas, capazes de matar uma pessoa em poucos instantes. Diferentemente dos outros super-heróis, O Fantasma 21 é casado com Diana Palmer, com quem namorou durante os anos em que estudou nos Estados Unidos e tem um casal de gêmeos – Kit e Heloise. Diana Palmer trabalha para as Nações Unidas e vive na cidade com os filhos. A família se reúne na Ilha do Éden durante as férias.

A lenda diz que em ocasiões muito especiais, O Fantasma deixa o Trono da Caveira encravado no interior da selva e se dirige à cidade vestido com um sobretudo preto e usando óculos escuros. Para o mundo exterior ele se apresenta como Sr. Walker, cujo rosto ninguém pode ver sem a máscara. “Quem vê o rosto do Fantasma tem uma morte terrível”.