CONFIANÇA É TUDO
Nadja Lira – Jornalista • Pedagoga • Filósofa Confiança é a credibilidade, a fé, a crença e o sentimento de segurança que um indivíduo deposita em outro.
Nadja Lira – Jornalista • Pedagoga • Filósofa
Confiança é a credibilidade, a fé, a crença e o sentimento de segurança que um indivíduo deposita em outro. Sentir confiança nas pessoas com as quais convivemos é essencial para que possamos nos relacionar de forma harmônica dentro do nosso círculo social. Afinal, a vida em sociedade exige que confiemos nos nossos semelhantes, caso contrário a vida fica muito mais difícil: viveríamos em permanente estado de alerta sem saber o caráter daqueles que estão ao nosso lado.
De acordo com um estudo realizado pelo Ibope, desde o ano de 2009 o brasileiro vem dando mostras de que está perdendo a confiança nas pessoas com as quais convive. No que se refere a amigos e vizinhos, o índice de credibilidade sofreu uma queda, de forma que, apenas 7% dos brasileiros acreditam no semelhante. Segundo o Instituto, o brasileiro é o povo mais desconfiado de toda a América Latina.
Para se ter confiança em alguém, é necessário que esta pessoa cultive valores como empatia e respeito, porque estes valores demonstram consideração pelos sentimentos do outro. Também é muito importante que a pessoa na qual confiamos demonstre lealdade. Permanecer firme e fiel na amizade dá segurança e torna o vínculo mais fortalecido.
Qualquer que seja o relacionamento entre as pessoas, é imprescindível que haja sinceridade e clareza nos discursos proferidos entre as partes. Uma comunicação verdadeira e transparente, amplia a confiança, dá credibilidade e segurança aos envolvidos. Por isso é importante que sempre se fale a verdade, mesmo que esta magoe a outra parte. Ser verdadeiro e claro em relação aos seus sentimentos contribui para fortalecer os laços de uma relação.
Outro aspecto que robustece uma relação é o respeito. Sentindo que seu espaço, suas opiniões e sentimentos são respeitados, qualquer um também se sente respeitado e fortalecido, uma vez que a confiança cria vínculos mais duradouros.
Segundo o filósofo Friedrich Nietzsche, “a confiança é fundamental para as relações humanas. Quando ela é rompida, não apenas a relação muda, mas a percepção que temos sobre a própria pessoa muda também”. O filósofo ainda acrescenta: “A falta de confiança entre amigos é pecado que não pode ser repetido, sob pena de ser irremediável”.
Porém, não é demais lembrar que duvidar das boas intenções, faz parte da vida humana. Como diz o velho ditado, “de boas intenções o inferno está cheio”. Desse modo, é bom confiar igual aos zarolhos: um olho no peixe e outro no gato.
Com relação às dúvidas, o grande filósofo René Descartes, criador do Pensamento Cartesiano, nos ensina a duvidar de tudo. Segundo ele, “Não podemos confiar nos nossos sentidos, porque eles nos enganam”. Descartes nos alerta a duvidar dos nossos sentidos, dos nossos sonhos e até mesmo daquilo que ele chamou de Gênio Maligno. As dúvidas deste grande pensador culminaram com a célebre frase: “Cogito, ergo sum” – Penso, logo existo.
Para Descartes, a dúvida nos garante três vantagens: libertar-nos dos preconceitos; desvia o espírito dos sentidos; impedir-nos de duvidar do que reconhecemos ser verdadeiro. Portanto, é importante confiar nos nossos semelhantes, mas sem esquecer que seres humanos são falhos. Confiança é tudo, mas “seguro morreu de velho”.