Com mudança na comunicação, Lula vai para a linha de frente e rebate críticas

Sob orientação do novo ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu uma longa entrevista coletiva, nesta quinta-feira (30), na qual abordou uma série de assuntos, que foram da economia à política externa.

Sob orientação do novo ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu uma longa entrevista coletiva, nesta quinta-feira (30), na qual abordou uma série de assuntos, que foram da economia à política externa. Com nova estratégia de comunicação,o presidente busca se aproximar mais da mídia e, em longa entrevista, rebate críticas e manda mensagens. Admite que governo está em dívida com o povo, defende Haddad e Galípolo e diz não querer mais medidas fiscais.

Ao perceber a popularidade em constante queda, a inflação alta e o recuo sobre a fiscalização do Pix, que impactou fortemente a imagem do governo, a Secom do Planalto levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a assumiu a linha de frente para rebater críticas e esclarecer pontos que provocaram crises, de olho nas eleições de 2026.

Lula reconheceu que o povo tem razão em estar insatisfeito com o governo, que "não está entregando aquilo que prometeu". Disse, no entanto, não estar preocupado com resultado de pesquisas. "Eu dizia para o Pimenta (Paulo Pimenta, ex-chefe da Secom): não se preocupe com pesquisa, porque o povo tem razão. A gente não está entregando aquilo que a gente prometeu. Então, como o povo vai falar bem do governo se a gente não está entregando?"

Segundo o chefe do Executivo, no entanto, "é muito cedo para fazer pesquisa sobre 2026 e para avaliar o governo", pois a gestão tem apenas dois anos. "Cada coisa que eu falar para vocês, quero que anotem, porque cada coisa que eu falar, nós vamos entregar."

Um dos principais desafios para o governo é a alta dos alimentos, cujos preços subiram mais de 8% no ano passado, motivados principalmente por eventos climáticos extremos. Lula convocou reuniões com seus ministros para tratar do tema e anunciou a redução da alíquota de importação para alimentos que estiverem mais baratos no mercado externo. Questionado sobre as ações que estão no horizonte do governo, ele destacou que quer incentivar a produção de alimentos com financiamentos e modernização, e convocar os produtores para entender os motivos da alta, citando como exemplo a soja e a carne.  Porém garantiu que não vai tomar medidas heterodoxas.

"Eu não tomarei nenhuma medida daquelas que são bravata. Eu não farei cota, não vou colocar helicóptero para sobrevoar fazenda e prender boi, como foi feito no tempo do Plano Cruzado. Eu não vou estabelecer nada que possa significar o surgimento de um mercado paralelo. O que nós precisamos trabalhar, com muito carinho, é aumentar a produção de tudo aquilo que a gente produz”, respondeu. 

Combustível

Já sobre o possível aumento do diesel pela Petrobras — que vem sendo especulado devido à defasagem de 22% do preço interno em relação ao mercado externo —, Lula negou saber sobre o reajuste. O rumor ganhou força após reunião entre o petista e a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, na segunda-feira.

"Eu não autorizei aumento do diesel. Desde o meu primeiro mandato, eu aprendi que quem autoriza aumento no petróleo e nos produtos do petróleo é a Petrobras, e não o presidente da República. Se ela tiver que fazer um reajuste, mesmo não levando em conta o aumento da inflação em 2023 e 2025, ainda assim o preço será menor do que em dezembro de 2022. Mas eu ainda não fui avisado se vai aumentar ou não", declarou.

Ele afirmou ainda que, caso haja movimentação de caminhoneiros insatisfeitos com o aumento dos combustíveis, vai chamar a categoria para dialogar. Além da possibilidade de reajuste pela Petrobras, o preço do diesel e da gasolina vai subir neste sábado por conta da elevação do ICMS.

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