Botafogo vence Palmeiras, volta à liderança e ganha mais força para a final da Libertadores
O Palmeiras pôde comemorar a liderança do Brasileirão apenas por uma rodada.
O Palmeiras pôde comemorar a liderança do Brasileirão apenas por uma rodada. Na final antecipada do campeonato, o time alviverde jogou um péssimo futebol e deu razão a John Textor, que havia dito que o Botafogo gosta de jogar no Allianz Parque. À vontade no campo do rival, a equipe carioca se mostrou calma e inteligente para dominar o oponente, ganhar com autoridade, por 3 a 1, e se aproximar do título. Gregore, Savarino e Adryelson marcaram e impuseram vexatória derrota aos paulistas.
A contundente vitória devolveu a liderança ao Botafogo, agora com 73 pontos, três a mais que o Palmeiras, que terá de ganhar seus dois compromissos finais e voltar a torcer por tropeços do rival para ter chances de conquistar o tricampeonato brasileiro.
Além disso, o time de Abel Ferreira tem de esfriar a cabeça e buscar alternativas para jogar um futebol melhor. Diante de seus torcedores, foi previsível, afobado, impaciente, inepto e sentiu a pressão de um jogo grande, o que não aconteceu com o seu componente, que jogou na arena palmeirense como se estivesse no Rio.
De novo confiante, o Botafogo tem chances razoáveis de comemorar dois títulos neste mês. No sábado, em Buenos Aires, disputa a final da Libertadores contra o Atlético Mineiro.
Para o Palmeiras, o cenário que se desenhou no primeiro tempo foi desastroso. Até criou mais do que nas duas últimas partidas, mas voltou a ser ineficiente e caiu na armadilha do Botafogo, que se defendeu razoavelmente bem e marcou na primeira vez que foi ao ataque.
Foi do volante Gregore, concluindo jogada ensaiada originada em escanteio, o gol que deixou tranquilos os visitantes e enervou os donos da casa, nos pés dos quais a bola queimava. Tensos, Rony e Felipe Anderson foram os piores em campo. Erraram quase tudo o que tentaram e receberam algumas tímidas vaias da torcida, claramente insatisfeita com o péssimo espetáculo para o qual pagou R$ 180 pelo ingresso mais barato.
Raphael Veiga, encaixotado entre os zagueiros, nada produziu na etapa inicial. Estêvão, sozinho, fez o que pôde. Driblou, incomodou e deu assistências para ao menos um gol o Palmeiras fazer. Só que Marcos Rocha parou em John, com uma bonita defesa em cabeceio cruzado
Deficiente tecnicamente e nervoso, Felipe Anderson foi sacado no intervalo. Abel lançou mão do centroavante Flaco López e insistiu em Rony, aberto pela direita. Na ponta, o debilitado atacante também nada produziu. Erros domínios e passes fáceis e seguiu irritando os mais de 30 mil palmeirenses.
Plácido, o Botafogo tocou a bola como se em casa jogasse. Deixou o tempo passar e se valeu da tensão do rival, que não tem mais a cabeça fria de antes, para controlar a partida. Tanto que Marcos Rocha se irritou em disputa com Igor Jesus e resvalou seus dedos no rosto do botafoguense.
O árbitro Wilton Pereira Sampaio foi ao VAR e trocou o amarelo pelo vermelho para o lateral-direito. A expulsão, aparentemente exagerada, enterrou qualquer possibilidade de virada do Palmeiras. Entregue, os anfitriões levaram o segundo gol no minuto seguinte ao vermelho em jogada concluída justamente no lado onde havia espaço de sobra por causa da ausência de Marcos Rocha.
Savarino, completamente livre, tocou na saída de Weverton e transformou o Allianz Parque em um velório. Calados, mais de 30 mil palmeirenses se revoltaram com o que viram. Depois, parte da torcida gritou “burro” para Abel Ferreira. O canto foi abafado pela maioria, mas ficou o recado: o técnico português não é mais intocável
Ainda houve tempo para mais: Adryelson fez o terceiro e fez o triunfo do Botafogo ser humilhante para o Palmeiras, que não mostrou, em nenhum momento, força para reagir, ainda que Richard Ríos tenha marcado o gol solitário nos acréscimos.
Fonte: Estadão