BENJAMIN FRANKLIN: a busca do aperfeiçoamento
NILO Emerenciano – Arquiteto e escritor Benjamin Franklin não foi espírita em vida.

NILO Emerenciano - Arquiteto e escritor
Benjamin Franklin não foi espírita em vida. Nem poderia, já que nasceu em 1700 e desencarnou em 1790 quando ainda sequer havia o Espiritismo como uma doutrina codificada. Estará presente mais tarde, porém, assinando os Prolegômenos do Livrodos Espíritos, (18 de abril de 1857), publicado por Allan Kardec, juntamente com os espíritos Sócrates, Platão, Santo Agostinho, São Luís e outros notáveis.
De origem humilde, foi jornalista, tipógrafo, editor, líder cívico, filósofo, autor, filantropo, abolicionista, cientista, diplomata, inventor e até herói da independência americana. Sua imagem mais conhecida é a da experiência com uma chave presa a uma pipa para atrair raios. Publicou o Almanaque do Pobre Richard, uma coletânea de aforismos que se tornaram populares até os dias de hoje.
Sobre ele diz Allan Kardec, citando o epitáfio que Franklin redigiu para si próprio: “Aqui repousa,
entregue aos vermes, o corpo de Benjamin Franklin, editor, como a capa de um velho livro cujas páginas foram arrancadas, e cujo título e dourados se apagaram. Mas nem por isto a obra ficará perdida, pois, como acredito, reaparecerá em nova e melhor edição, revista e corrigida pelo Autor”.

Um dos principais cidadãos de que mais se honram os Estados Unidos, era, pois, reencarnacionista. Não só acreditava em seu renascimento na Terra, como julgava aqui voltar melhorado por seu trabalho pessoal. É exatamente o que diz o Espiritismo.” (Revista Espírita, agosto de 1865, p.326-327, FEB).
Imagem do bom senso e da razão, Franklin pode ser considerado o exemplo de homem que busca o seu autoaperfeiçoamento moral e intelectual levado, não pela dor, mas pelo raciocínio. A certa altura da vida concebeu, segundo suas própria palavras, “o arrojado e árduo projeto de atingir a perfeição moral. Julgava saber o que estava certo ou errado e não via motivo para não fazer sempre o certo”.
Entendendo que para isso era necessário disciplina, enumerou 13 virtudes: temperança, silêncio, ordem, resolução, frugalidade, aplicação, sinceridade, justiça, moderação, limpeza, tranquilidade, castidade e humildade, e a cada uma delas acrescentou um comentário. À humildade completou: “Imitar Sócrates e Jesus”, como faria mais tarde o espírito Verdade indicando Jesus como modelo de conduta (Livro dos Espíritos, questão 624).

Franklin elaborou um livro em que dedicou páginas com sete colunas correspondendo aos dias da semana e treze linhas para cada virtude. A cada dia, assinalava com uma cruz as falhas que houvesse cometido, e ao fim da semana avaliava o resultado, passando a dedicar, àquela virtude em que mais houvesse falhado, todos os seus esforços.
Apesar de não dar conotações religiosas à sua proposta de vida, Franklin reconhece correto solicitar a assistência divina e com esse fim redige a oração que coloca na primeira página do seu caderno: “Ó, Poderosa Bondade! Pai Generoso! Misericordioso Guia! Faz com que a minha sabedoria aumente, visto que nela reside o meu mais verdadeiro interesse. Robustece a minha resolução de cumprir o que essa sabedoria me ditar. Aceita os meus bons ofícios pelos teus outros filhos como sendo a única maneira de que disponho para Te dar graças pelos contínuos benefícios que de Ti recebo”.
Mais tarde, aos setenta e nove anos, anota em sua autobiografia: “No conjunto, se bem que nunca tivesse chegado àquela perfeição que tanto ambicionei alcançar, ainda assim considerava-me, graças ao esforço que fizera, um homem melhor e mais feliz do que teria sido se não o tivesse feito”.

Amado, respeitado, admirado, reconhecido por seus concidadãos (sua efígie está na nota de 100 dólares), Benjamin Franklin nos deixou exemplo admirável de vida e estreita consonância com os princípios da Doutrina Espírita que viria ser codificada mais tarde por Allan Kardec, trabalho no qual, aliás, foi colaborador ativo e de primeira hora

Gratidão a Nilo EMERENCiano por nos trazer sempre uma leitura que nos engrandece Que sigamos o exemplo de Jesus e de Benjamin Franklin .