Antologia Gastronômica
Por Haroldo Varela Você jura que é filet? Não, não juro.
Por Haroldo Varela
Você jura que é filet? Não, não juro.
E assim a vida segue.
Particularmente, não é a minha carne preferida, gosto da textura para fazer alguns pratos bem específicos. Mas se coloco no cardápio "filet", tem que ser filet.
Aprendi cedo. Acompanhei minha mãe em muitas idas a mercados e supermercados durante um bom tempo. De "Zezé" que até hoje vende frango e galinha no mercado de Petrópolis, Aluísio e seu Euclides (chamávamos de 'seu Clides') que vendiam carnes, frutas e verduras no mercado da Afonso Pena.
Lembro na entrada do mercado, com mulheres debulhando feijão verde e frutas da estação. Todos falavam: "Dona Lúcia é minha freguesa". Lembro do supermercado LS, das vendas de seu Canuto e do Ednaldo e Vera que sempre nos socorriam nas horas de aperto.
Aprendi a escolher frutas pelo brilho, cor, textura e cheiro. E as carnes? Com a minha mãe aprendi que todas eram saborosas, cada uma com a sua textura , sabor e seu modo de preparo.
Bife, cozido, torrado, guisado, assado, grelhado... Só precisava saber como fazer.
E os peixes? O lugar era o Canto do Mangue. Já compramos 'muito gato por lebre'. Não conhecia pelos nomes porém, aprendi a identificar se era novo ou não, cor das guelras, brilho do olho, firmeza da carne.
E quando me perguntam: - Como começou na área gastronômica?
Respondo: - Fazendo suspiros (guloseima) em papel de caderno.