Por Haroldo Varela

Pois é, a última alternativa era passar em uma obra, e ser chamada de gostosa, é muita areia para meu caminhão " e se não acontecesse nada, era caso perdido.

Os tempos mudaram, dar um fiu fiu, piscar o olho e perguntar se o cachorro da dondoca tem telefone, são crimes inafiançáveis.

Falta do que fazer dos mal amados de plantão que fazem de tudo para punir esses pequenos e agradáveis delitos, acho que se cada um cuidasse da sua vida seria bem melhor.

Maria continua casada e feliz com o colega de trabalho que a chamava de gostosa todos os dias e o João, coitado, tão tímido, terminou cedendo ao decote provocante e o batom vermelho de Conceição, já tem até netos...

Sou de uma geração que sempre soube se defender do que não queria, fomos criados para o mundo.

Tempo com pouca tecnologia, comunicação. Celular, redes sociais não interferiram na privacidade. Para conhecer alguém tinha quer ser pessoalmente, olho no olho, e na frente de todos começava o namoro. Não era proibido pegar na mão, nem chamar para o escurinho, íamos consciente do que se tratava.

E ainda para completar, a modernidade e a exposição exagerada atrapalham muito, acaba com a emoção, as descobertas, particularidades que aguçavam a conquista. Hoje, é só clicar e você já tem a folha corrida completa da criatura. Descobrir mais o que? E para completar, tem o tal do " assédio", perde o interesse, né?