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julho 18, 2021

A ARROGÂNCIA DOS BANCOS

Nadja Lira – Jornalista • Pedagoga • Filósofa Na Internet circula uma história, que retrata muito bem o que cada cidadão brasileiro enfrenta, quando necessita de um serviço bancário.

Nadja Lira – Jornalista • Pedagoga • Filósofa

Na Internet circula uma história, que retrata muito bem o que cada cidadão brasileiro enfrenta, quando necessita de um serviço bancário. De acordo com a história, uma senhorinha chega ao caixa do banco e pede para fazer uma retirada no valor de cinquenta reais. O caixa diz que, por se tratar de um valor muito baixo, ela deve se dirigir aos caixas eletrônicos. Ela insiste e logo o caixa começa a se enervar e diz que “não pode violar as normas do banco”. A mulher, então, pede para retirar todo o dinheiro que possui em sua conta.

Ao verificar que se trata de mais de um milhão de reais, o caixa muda seu comportamento e delicadamente avisa a mulher: “Para retirar esse valor, a Senhora precisa fazer um agendamento com o gerente. O banco não dispõe de tanto dinheiro”, informa.

A mulher pergunta qual seria o maior valor que ela poderia retirar de sua conta, naquele momento. “Três mil reais”, é a resposta. Então, quero retirar três mil reais, em notas de 50 – diz a Senhora, no que é prontamente atendida, por um sorridente caixa. Ela, então, pega 50 reais e coloca na carteira e pede que o caixa deposite o restante em sua conta.

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Não sei se esta história é verdadeira, mas é bastante criativa e para mim trouxe dois ensinamentos: O primeiro é a sabedoria dos idosos, que não se deixam vencer diante das dificuldades impostas pela vida, seja qual for a circunstância. A segunda, é a arrogância com que boa parte dos funcionários de bancos tratam os clientes. Tudo depende da quantia que o cidadão tiver depositado na sua conta bancária, ou seja: Você é visto e tratado de acordo com aquilo que mantém em sua conta corrente.

Os bancos brasileiros são, na minha visão, as piores instituições com as quais precisamos lidar neste mundo de meu Deus. Afinal, o banco trabalha com nosso dinheiro, ganha dinheiro às nossas custas, têm rendimentos astronômicos anuais, mas nos tratam mal. Tratam-nos como se estivéssemos lhes pedindo um favor a cada vez que precisamos de seus trabalhos, que nos custam “os olhos da cara”.

A odisseia de um cliente começa no momento em que ele precisa entrar no Banco. A porta giratória colocada na entrada dificulta tal ato o quanto pode. Basta um simples grampo de cabelo dentro da bolsa de uma mulher, e pronto: O circo está armado. A porta trava e a pessoa não entra de jeito nenhum. A Internet mostra casos em que clientes foram obrigados a se despir, e nem assim conseguiram entrar na instituição bancária.

Verdade ou não, a situação é constrangedora e humilhante para um cidadão que apenas deseja simplesmente, retirar seu salário depositado na conta. Enquanto isso, a porta não é empecilho para os bandidos, que chegam armados até os dentes e para os quais a tal porta não oferece qualquer dificuldade de acesso.

Em Natal existe uma lei, cuja determinação é a de que nenhum cliente pode esperar mais de 15 minutos para ser atendido em uma instituição bancária. Para os bancos da cidade, tal lei não passa de uma piada. Um atendimento nas agências do Banco do Brasil, por exemplo, leva em torno de três ou quatro horas.

Tudo bem que estamos vivendo tempos nefastos, em virtude da Pandemia provocada pelo Vírus Chinês e que as instituições reduziram o número de funcionários para atender ao público. Mas, esta demora nos atendimentos, também pode ser notada em tempos normais. Uma boa parte dos bancários atende aos clientes iguais a alguns médicos do SUS, que sequer olham a cara do cliente/paciente.

Tenho quase certeza de que, não fosse a obrigatoriedade de se receber salários através da rede bancária, muita gente iria optar por colocar seu dinheiro debaixo do colchão da cama, conforme acontecia no tempo dos nossos avós.

E tem mais uma coisinha: Além de trabalhar com nosso dinheiro e ganhar horrores à nossas custas, nenhum serviço bancário prestado ao cliente é feito gratuitamente. O Banco cobra e cobra caro.

Também não consigo entender as razões pelas quais a rede bancária cobra juros tão altos para as pessoas que fazem empréstimos em suas agências. Se por acaso eu, ou qualquer cidadão brasileiro emprestar dinheiro a alguém e cobrar juros, seremos acusados de praticar agiotagem, crime que pode levar alguém a ser preso. Só quem pode praticar agiotagem nesse País são os bancos. É uma agiotagem institucionalizada e permitida.

4 respostas para “A ARROGÂNCIA DOS BANCOS”

  1. Santiago disse:

    A narrativa assim como o título da matéria é pra nossa infelicidade muito real. Embora tenha melhorado um pouco.

  2. Carlos Soares disse:

    Trabalhei em instituições bancárias por 15 anos, como sou avesso a esse tratamento desigual, talvez por isso não tenha galgado postos mais avançados. Banco lhe analisa pelo que vc tem em patrimônio, é o quanto vc vale. Não melhorou em nada, piorou, pois muitas vezes nçai conseguimos ver nossa satisfação nos caixas rápidos .

  3. imis rosa uchoa correia disse:

    Soube há pouco tempo que o BB não deveria me cobrar determinadas taxas de serviços bancários, devido à idade estar acima dos 65 anos.
    Sabe, mas fica mudo. Se eu nao for requerer meus direitos,serei descontado até meu último dia de vida.
    Quando fui convidado a abrir uma conta na Ag Estilo da AV Jundiaí, centro, fi-lo devido à proximidade do meu local de trabalho, que não passa dos 200 m.
    Na Ag da Afonso Pena, cancelei oficialmente o Cartão Dourado, cortei-o com uma tesoura e o pus na lixeirinha sob a mesa. Isso foi em setembro do ano esquecido agora. No mês de maio do ano seguinte, ao tentar transferir a milhagem para outra conta, percebi que eles cancelaram tudo arbitrariamente e, no meio dessa confusão, continuavam a cobrar taxas administrativas dos dois cartões, sendo que o cartão anterior foi cancelado e picotado na frente do gerente da conta.
    Pararam de fazê-lo 2 meses depois, sob muita pressão.
    Não entrei na justiça em virtude do nojo que nutro pela INjustiça corPoraTiva brasileira.

  4. Angela disse:

    15 minutos é só para conseguir passar pela porta giratória. É um tal de ficha para sacar dinheiro, outra para pagar, para falar com o gerente, outra para pegar um documento…e se vc não tiver no salto, o “posso ajudar” nem olha…e nosso dinheiro no ralo e lucro dos bancos